Uma pata estava a chocar uma dúzia de ovos que haviam sido colocadas debaixo dela.
Onze dos ovos pareciam, de fato, com os ovos de pato, mas o décimo segundo ovo era maior e, seguramente, era um ovo de uma espécie diferente de ave.
A pata estava muito orgulhosa desse ovo. Ela mostrava para todos os vizinhos que vinham visita-la, dizendo sempre: “Veja como é grande! Tenho certeza de que dele vai sair um lindo patinho.”
Depois de algum tempo, a pata ouviu no interior dos onze ovos de pato, pequenas bicadas e silvos e, logo depois, ela viu onze encantadores patinhos, como que vestidos com os restos das cascas dos ovos. Mas o décimo segundo ovo estava atrasado.
E, embora isso a inquietasse um pouco, a pata disse: “A criança será ainda mais bonita.”
E pacientemente voltou a choca-lo. Quando o ovo, finalmente, quebrou, a pata ficou horrorizada. Não era um patinho soberbo, mas sim um animal muito feio, com um pescoço muito longo, um corpo muito grande, que andava deselegantemente com os pés para dentro. Os outros onze, patinhos e patinhas, zombavam dele. A própria mãe, quando levou seus filhos para a lagoa, tinha vergonha, porque todo mundo dizia quando passava: “Oh! Olhe esse patinho, que feio ele é.”
Ninguém queria brincar com ele e, aos poucos, o pobre animal foi ficando infeliz.
Ele esticou o pescoço muito longo em direção ao céu, dizendo: “Ah! Por que eu nasci?” Um dia, quando os outros tinham zombado dele mais do que de costume, ele decidiu deixar sua família.
Ele andou e andou muito, até que chegou perto de um lago onde os cisnes nadavam. “Ah!” disse o patinho feio, “Que aves lindas! Com certeza eles vão me repelir porque eu sou muito feio.”
E ele estava prestes a se retirar, quando um cisne mais velho, a vovó cisne, que es- tava sentada na orla, gritou: “Ei! Meu filho de onde você vem e como você se chama?”
“Eu venho do terreiro das aves, senhora. Sou um pato. Fugi porque meus irmãos e amigos acham que eu sou muito feio e não querem brincar comigo.” “Pobre!” disse a avó. “Não se trata de beleza, mas sim do fato de que você está cansado e triste. Espere um pouco que eu vou examinar você.
Você me lembra de um filho que eu perdi. Sim, não há dúvida sobre isso, você não é um patinho, você é, de fato, um cisne.
Acontece que o fazendeiro confundiu um dos nossos ovos com ovo de pato e, com isso, a pata que você pensa ser sua mãe apenas chocou seu ovo.
Pobre pequeno órfão venha para um abraço do coração!” Em seguida, a vovó cisne chamou todos os outros cisnes e lhes contou a história do patinho feio. “Esse ai não é nada feio,” disseram os cisnes. E um cisne belo, com um peitoril branco e patas reluzentes, disse: “Deixe-o ficar com a gente e, em três meses, eu lhe darei minha filha em casamento.”
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