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Se você dançar com duendes!

Posted by : Redação

Portal Noturno | Contos e Fábulas


Em tempos antigos vivia um fazendeiro que tinha um tumor do tamanho de uma pera na bochecha direita. Um dia, quando foi até a floresta buscar lenha, ele foi surpreendido por uma tempestade e se abrigou dentro do oco de uma árvore, onde ele pode se proteger da chuva.

Quando a tempestade finalmente parou, já era noite, e o fazendeiro não conseguiu encontrar o caminho para casa, então ficou no oco da árvore, esperando que amanhecesse. Era muito solitário e assustador na floresta, e o homem não conseguia dormir de medo e ansiedade.
Por volta da meia-noite, ele ouviu vozes e risos. Surpreso, ele colocou a cabeça para fora e viu diversos duendes, de muitas formas diferentes e rostos estranhos. Os duendes estavam perto da árvore do fazendeiro, se sentaram no tronco e começaram a beber.
Quando beberam o bastante, começaram a cantar e dançar. O fazendeiro, que gostava de dançar e beber bom saquê, não pode ficar mais tempo escondido, pois o prazer dos duendes o contagiara. Então ele saiu do esconderijo e se aproximou dos dançarinos, que ficaram alarmados quando o viram e fizeram menção de fugir. Ele gritou para eles: – Fiquem, vou lhes mostrar como dançar melhor – e imediatamente ele começou a dançar, girando. Os duendes ficaram contentes com essa dança e tentaram imitá-lo, e lhe deram comida e bebida. Quanta alegria! A festa durou até de manhã. Então os duendes disseram – Você nos alegrou com sua companhia.
Por favor, volte amanhã à noite! O fazendeiro disse que voltaria, mas os duendes queriam um juramento de que ele o faria. – Sabe – um dos duendes lhe disse – podemos tirar seu tumor, e você pode tê-lo volta amanhã quando voltar.
 Dizendo isso, o duende tocou a bochecha do fazendeiro e tirou o tumor. Então eles correram para longe, rindo e gritando para que ele não se esquecesse de voltar na noite seguinte. O fazendeiro tocou seu rosto, que estava liso e sem nenhum traço do tumor, nem mesmo uma cicatriz, e fez uma nota mental para ficar longe daquele lugar e evitar os duendes, pois ele não queria o tumor de volta. Assim, ele voltou para casa satisfeito, e todos os aldeões que ele encontrou ficaram surpresos em ver que ele havia perdido o tumor sem deixar nenhum traço. Então ele contou como os duendes gostaram da sua dança, mas não disse nada sobre o fato de eles terem tirado o tumor como garantia de que ele voltaria. Nessa mesma vila vivia outro homem com um tumor no rosto, mas o seu ficava na bochecha esquerda. Quando soube da felicidade do seu vizinho, ele também quis se livrar do seu tumor e descobriu exatamente onde o primeiro fazendeiro havia encontrado os duendes. À noite ele foi até o local onde os duendes se reuniam.
Mas ele só queria ouvir o que eles diziam, então se escondeu na mesma cavidade onde o outro fazendeiro se escondera antes. Os duendes não falaram muito, mas pareciam estar esperando alguém, até que um deles finalmente disse – Parece que nosso amigo de ontem não virá hoje! Quando o homem ouviu isso, começou a dançar e gritou: – Aqui estou eu! Todos se alegraram, deram-lhe uma bebida e disseram para que ele mostrasse sua arte de novo. Mas ele era um mau dançarino, e não aguentava beber muito saquê, então sua dança era desajeitada e rígida. Os duendes não acharam divertido ver o homem dançar, e gritaram: – Você não está dançando tão bem quanto ontem, e hoje sua companhia não nos agrada.
Vá embora e nunca volte aqui, não queremos nem nos lembrar de você. Pegue seu tumor de volta, tome! Um dos duendes pegou algo no bolso e o jogou no rosto surpreso do homem, atingindo-o na bochecha direita. Então eles o empurraram para longe e ele teve que voltar para casa com dois tumores. É isso que acontece quando sua mente invejosa deseja ter a mesma sorte que outros tiveram!

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